domingo, 29 de abril de 2012

Game "Desafio Carioca" - Reflexões!

Olá!

Nesta semana que passou soube de um Game nomeado Desafio Carioca – com Toninho Nascimento. Tinha lido que o Game diverte e informa sobre o Campeonato Carioca http://extra.globo.com/esporte/game-diverte-informa-sobre-campeonato-carioca-4724831.html

Assim, somos informados de que “O objetivo do jogo é divertir o usuário ao mesmo tempo em que divulga notícias sobre o Campeonato Carioca e conta sua história – reforçando o conceito de infotainment (informação com entretenimento) presente no Jogue Tudo”.

Então fui hoje conferir – nesta passagem de domingo para segunda. Abre-se a tela inicial e o Tutorial logo informa que ao apertar o botão esquerdo, do mouse, acertaremos a bola quando esta estiver perto. Fui jogar!

http://www.joguetudo.com.br/jogos/destaques/desafio-carioca-com-toninho-nascimento

Escolhi um time dentre os quatro apresentados: o Vasco, o Flamengo, o Fluminense e o Botafogo. Optei pelo Vasco.

Logo aparece uma tela que informa que o Campeonato Carioca de Futebol teve a sua primeira edição em 1906 e contou com 6 Clubes. Diz ainda que é o terceiro Torneio mais antigo do Brasil. Começo a jogar então!

Acerto 6 cabeçadas e erro a próxima! Aparece então um outro quadro com a minha pontuação: 340 bolas acertadas (tudo isto?) e 2 gols feitos. Total = 342.

Aparece então um outro quadro que informa que a rivalidade no Rio de Janeiro é acirrada por causa dos 4 grandes Clubes enquanto nos demais Estados a rivalidade existe com apenas 2 times (algo que não é tão verdade assim. Basta vermos como é no Estado de São Paulo.). Diz que o Campeonato do Rio de Janeiro é cheio de charme e emoção! Posso então recomeçar a jogar na Fase 2 – chute! Então a primeira Fase foi o de cabecear!

Bem ... acerto 10 chutes e erro o próximo! A única coisa que fiz foi apertar o botão do mouse. O único trabalho foi perceber o melhor momento de clicar o botão esquerdo, ou seja, quando estiver já próximo do jogador. Uma vez que se percebe o momento certo, basta repetir mecanicamente a mesma ação! Como apareceu novamente a pontuação, vamos lá: bolas acertadas = 1190 (tudo isto?); gols feitos = 8. Total = 1198.

Algumas bolas apareceram, nas Fases 1 e 2, com as cores dos demais 3 Clubes. Uma vez que se acerta estas, aparecem pequenas imagens ou pequenos animais (como algo próximo do urubu quando a bola representa o Flamengo) que são cabeceados ou chutados em direção ao gol.

Vou continuar. Surge um outro quadro que diz que há polêmicas no Futebol do Rio. Exemplifica com o fato da segunda edição do Campeonato só ter sido decidida 89 anos depois – quanto tanto o Botafogo quanto o Fluminense foram consagrados Campeões! Vou jogar!

Fase 3 – bicicleta! Por distração, perdi a jogada! Aparece logo um quadro de pontuação, que informa bolas acertadas, gols feitos e total iguais a zero. Continuo e aparece um outro quadro com o somatório das pontuações das 3 Fases. O total = 1540. Vou jogar de novo!

Por 2 vezes jogo as 3 Fases do Game. O processo se repete! Acerto o cabecear, chutes e bicicletas! Apenas clicando o botão do mouse! A cada erro ou deslize aparece automaticamente o score e a cada sequência os únicos 3 quadros informativos resurgem!
Bem ... não vi diversão no Game! Vi informações sobre a História do Campeonato Carioca, mas não vi Notícias!

Acredito que o conceito de “informação com entretenimento” não foi de todo explorado! Será que as telas informativas são trocadas/atualizadas ao longo do Campeonato?

Por outro lado, será que as Notícias sobre o Campeonato Carioca fazem parte do contexto da Página, ou seja, há o Game e de forma periférica há as Notícias – ou é o contrário? O Game é que está na periferia? Creio que sim!

Acredito que uma criança de 7 anos, que já vive alguns anos o universo de games free, online, não ficaria neste Game – Desafio Carioca – mais do que alguns poucos minutos. Creio que depois de 3 ou 5 “repetições”, no máximo, não mais avaliaria o Game como atrativo!

Por quê? De início, creio que o Game não possibilita o estado de fluxo! A cada momento este é interrompido! A cada instante surgem telas com conteúdo repetido! O Game não possibilita a percepção ou a sensação de certa autonomia (possibilidade de outros percursos, desafios etc.) por parte do jogador. Etc. etc. etc.

Já o sentido de diversão é algo bem particular, não? Qual seria a diversão propiciada pelo Game em tela? Talvez para crianças pequenas, que estão iniciando o contato com o digital, com o computador, com o mouse e que também estejam iniciando a construção da lógica e do domínio do tempo e espaço digital, ou seja, aprender a hora certa de apertar o botão do mouse, o Game possa ser interessante e divertido! Mas não creio (salvo equívoco meu) que estas crianças já estejam alfabetizadas ou que tenham interesse pela História do Futebol Carioca!

É isto! E vocês? Como vivenciam o Game Desafio Carioca?

Jacks.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Game "Jogar Engenheiro Colorido" - Reflexões!

Olá!

Busquei agora à noite, neste Feriado de São Jorge (23 de abril), um game (no sentido de digital) de forma aleatória - mais ou menos aleatória!

Assim, estive a procurar algum game "oficialmente" epistêmico, ou seja, criado a partir de práticas profissionais - tais como de engenharia, arquitetura, jornalismo, administração etc. Este tipo de game busca desenvolver a estrutura epistêmica de uma profissão. Não procurei muito! Estava com algumas indicações, como o Digital Zoo e o Urban Science, mas percebi que são vendidos - nada free.

Deste modo, acabei por acessar o endereço . Neste, escolhi o Jogar Engenheiro Colorido. Interessante que eu, ao acessar a página do Game, vi logo as "Informações sobre o Jogo".

A minha herança de aprendizagem através do texto escrito logo me fez parar para ler as poucas linhas disponibilizadas. A questão do aprender aprendendo, ou seja, descobrir as regras e objetivos do Game simplesmente através da prática, como parece que os “nativos digitais” ou as crianças fazem, não foi a opção escolhida por mim. Na verdade, li duas vezes o texto, pois não compreendi muito bem a mensagem do mesmo.

Bem ... ao ver o Game Start - Go, cliquei e lembrei de vivenciar o "fluxo" - conforme Mihaly Czikszentmihalyi. Será que eu iria abrir mão de um "senso crítico" mais forte do que o "estado de fluxo" em si? Comecei a jogar e vi que o Game era muito próximo a tantos outros que existem free no ambiente online.

Comecei a jogar e vi que o Game apresentava Fases e que conforme eu alinhava e explodia blocos coloridos afins eu ganhava pontuação. Na primeira vez fui até ao Nível 4. Tentei sempre descobrir a Lógica ou as regras do Game. Jogava e queria ao mesmo tempo descobrir o que fazia (a Lógica) com que blocos coloridos afins fossem deslocados juntos. Também tentava descobrir o que acionava a mudança de Nível! Acúmulo de pontuação? O que fazer com as dinamites? E com os concretos? Qual seria o uso deles? Caso a velocidade dos Níveis fosse um pouco mais acentuada eu não conseguiria refletir tanto! Lembrava do professor João Mattar e de sua reflexão acerca do fato do "senso crítico" também estar inserido ou fazer parte do "estado de fluxo". O fato de não perceber, com clareza, a Lógica do Game, digo das sequências, ou seja, isto sempre acontece se isto antes acontecer etc., fazia-se mais presente em mim. Bem ... parei Nível 4! Perdi!

Comecei então a escrever estas linhas e decidi retomar o Game. Creio que aprendi que quando eu marcava uma cor específica, todas as peças da mesma cor também eram arrastadas juntas. Creio (tudo crença e sem certezas absolutas) que também aprendi que com três peças juntas elas explodiam e eu ganhava mais tempo e pontuação. Mas em alguns momentos tive a percepção ou a sensação de que isto não aconteceu. Creio que às vezes somente com quatro peças juntas algo acontecia de fato. Às vezes outras peças, de outras cores, também explodiam juntas. Por quê? Como prever isto?

Assim, fui passando de Nível mais lançado no “estado de fluxo” e, de forma deliberada, menos crítico ou racionalista. Será que é deste modo que as crianças jogam e ficam tomadas e "viciadas" nos Games em geral? Creio que eu descobri a usar as dinamites, ou seja, elas podiam ser arrastadas e algo explodia em toda a coluna. Mas não percebi se eu perdia (se era penalizado) ou se eu ganhava algo com isto – nem que fosse mais tempo. A velocidade aumentava gradativamente. Pouco me importava a Lógica. Via somente as cores e procurava, o mais rápido possível, unir as mesmas. Percebi-me ansioso e lembrei-me da obra Homo Ludens (de Johan Huizinga). Passava de Nível – sem saber ao certo do porquê! Fui até ao Nível oito e “perdi”. Mas já estava avaliando o Game como de certa forma chato! Na verdade, a ansiedade que gerei em mim me perturbou!

O que aprendi com o Game? Deveria ter aprendido algo? Talvez tenha aprendido não em termos de conceitos na hora ... mas creio que agora possa estar aprendendo alguma coisa. Pela Descrição do Game temos “Este jogo é bastante divertido, pois trata-se de um engenheiro civil que tem uns tijolos de cor, isto é uma epidemia neste trabalho aparecerm tijolos de cor de todo o lado, este engenhero tem que trabalhar muito para conseguir limpar o seu local de trabalho. Este jogo é muito divertido, aprende as cores e diverte-te a jogar. Este engenheiro quando está cansado vai buscar dinamite e explode com os tijolos de cor, mas não consegue rebentar com todos, só com alguns. Escolhe bem qual deles quer.” Diz, ainda, que somente o mouse será necessário – de fato foi.

Bem ... não considerei o Game divertido não, mas posso pensar de forma restrita que o Game é para crianças! Tudo bem então, né? Então posso ter aprendido a tomar decisões de forma mais rápida e precisa! Posso ter dinamizado a minha visão global e ao mesmo tempo ter refinado, naquelas ocasiões, a minha visão específica! Posso ter aprendido algo relacionado à visão estratégica! Etc. Tudo bem ... mas quando mergulhei no “estado de fluxo”, imersivo (será que consegui mesmo?), não pratiquei o processo do “senso crítico” de forma paralela não! Pelo menos não percebi isto! Seria possível perceber?

Na verdade, percebi um estado de ansiedade aumentando pelo fato de ser “obrigado” a tomar a decisão certa e de agir certo tendo n variáveis em jogo e o tempo a passar e a diminuir! Lembro agora do meu sobrinho de 7 anos a me chamar e me dizer feliz que passou de Fase nos seus Games, tais como Ben 10, Batman, Scooby Doo etc. etc. etc. Mas isto é tudo? Este é o Objetivo? Passar de Fase sob imersão e às vezes de forma quase “hipnótica”?

Há tantas questões, inclusive éticas e de aprendizagem, no contexto dos Games & Educação Infantil e Infanto Juvenil ...

Compartilhei agora com vocês bem menos críticas negativas e muito mais dúvidas e estados de reflexão.

É isto! Abraços e tudo de bom!

Jacks.

domingo, 22 de abril de 2012

Um importante livro que estou agora a ler com atenção e que compartilho é o Games em educação: como os nativos digitais aprendem. O autor é o João Mattar e a editora é a Pearson Prentice Hall (SP). A publicação é de 2010. Dentre os seus 6 Capítulos, destaco especialmente o Capítulo 2 que tematiza, inclusive, as questões dos games epistêmicos e dos persuasivos. Também pontua o cenário das Simulações e os Princípios de Aprendizagem através de games.